A Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) é uma condição crônica caracterizada pelo refluxo do conteúdo gástrico para o esôfago, levando a sintomas e/ou complicações. É prevalente em aproximadamente 20-30% dos adultos em países ocidentais.[1][2]
A fisiopatologia da DRGE é multifatorial, envolvendo fatores como a secreção de ácido gástrico, motilidade esofágica e a integridade da barreira gastroesofágica.[3]
.
Quais os Principais Sintomas?
Os sintomas clássicos da DRGE incluem azia e regurgitação. A azia é descrita como uma sensação de queimação que sobe do epigástrio em direção ao pescoço, enquanto a regurgitação envolve o retorno sem esforço do conteúdo gástrico para a boca, frequentemente com um gosto ácido ou amargo.
Outros sintomas podem incluir dor torácica, disfagia e manifestações extraesofágicas, como tosse crônica, rouquidão e asma.[2][4]

.
Quais São os Métodos Diagnósticos?
O diagnóstico da DRGE frequentemente baseia-se nos sintomas clínicos e na resposta à terapia com inibidores da bomba de prótons (IBPs). No entanto, para sintomas atípicos ou quando o diagnóstico é incerto, pode-se realizar uma avaliação adicional com endoscopia, monitoramento do pH esofágico e manometria esofágica.
A endoscopia é particularmente recomendada para pacientes com sintomas de alerta, como disfagia, perda de peso ou sangramento, e para aqueles com risco de adenocarcinoma de esôfago.[1][3][5]
.
Como É o Tratamento?
O manejo da DRGE normalmente começa com modificações no estilo de vida, como perda de peso, cessação do tabagismo e mudanças na dieta. O tratamento farmacológico baseia-se principalmente nos IBPs, que são eficazes para o alívio dos sintomas e a cicatrização da esofagite.
O objetivo é usar a menor dose eficaz para controlar os sintomas. Para pacientes com sintomas refratários, podem ser considerados medicamentos adicionais, como antagonistas dos receptores H2 ou alginatos.
As opções cirúrgicas, como a Fundoplicatura Laparoscópica ou Robótica, são reservadas para pacientes que não respondem à terapia médica ou apresentam complicações, como hérnia de hiato.
Técnicas endoscópicas emergentes oferecem alternativas menos invasivas, embora sua eficácia e segurança a longo prazo ainda necessitem de validação adicional.[1][4][5][6][7]

.
Conclusão
De forma geral, o manejo da DRGE deve ser individualizado, levando em consideração a gravidade dos sintomas, as preferências do paciente e os potenciais riscos associados ao uso prolongado de medicamentos.
Para saber mais sobre a DRGE e seus tratamentos, agende uma consulta!
.
Referências:
[1] Maret-Ouda J, Markar SR, Lagergren J. Gastroesophageal Reflux Disease: A Review. Jama. 2020;324(24):2536-2547. doi:10.1001/jama.2020.21360.
[2] Dunbar KB. Gastroesophageal Reflux Disease. Annals of Internal Medicine. 2024;177(8):ITC113-ITC128. doi:10.7326/AITC202408200.
[3] Fass R, Boeckxstaens GE, El-Serag H, et al. Gastro-Oesophageal Reflux Disease. Nature Reviews. Disease Primers. 2021;7(1):55. doi:10.1038/s41572-021-00287-w.
[4] Katz PO, Dunbar KB, Schnoll-Sussman FH, et al. ACG Clinical Guideline for the Diagnosis and Management of Gastroesophageal Reflux Disease. The American Journal of Gastroenterology. 2022;117(1):27-56. doi:10.14309/ajg.0000000000001538.
[5] Kendrick K, Kothari SN. Updates on Surgical Treatment for Gastroesophageal Reflux Disease. The American Surgeon. 2023;89(6):2730-2737. doi:10.1177/00031348231157414.
[6] Stein E, Sloan J, Sonu I, Kathpalia P, Jodorkovsky D. GERD for the Nongastroenterologist: Successful Evaluation, Management, and Lifestyle-Based Symptom Control. Annals of the New York Academy of Sciences. 2020;1482(1):106-112. doi:10.1111/nyas.14496.
[7] Talley NJ, Zand Irani M. Optimal Management of Severe Symptomatic Gastroesophageal Reflux Disease. Journal of Internal Medicine. 2021;289(2):162-178. doi:10.1111/joim.13148.