A cirurgia de Pâncreas e Vias Biliares é uma subespecialidade complexa dentro da Cirurgia do Aparelho Digestivo. Esses procedimentos são indicados para tratar doenças que afetam o pâncreas, a vesícula biliar, os ductos biliares e, ocasionalmente, o fígado.
Entender melhor essas cirurgias ajuda a esclarecer suas indicações, as técnicas utilizadas e os riscos associados.
O que é a Cirurgia de Pâncreas e Vias Biliares?
Essa cirurgia envolve procedimentos em órgãos fundamentais para a digestão e o metabolismo. O pâncreas é responsável pela produção de enzimas digestivas e hormônios como a insulina. As vias biliares, por sua vez, transportam a bile produzida pelo fígado para ajudar na digestão de gorduras.
Cirurgias nesses órgãos são geralmente indicadas para tratar tumores, inflamações, cálculos ou outras condições que comprometam suas funções.

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Indicações Cirúrgicas Mais Comuns
As indicações para a cirurgia de pâncreas e vias biliares incluem:
- Tumores malignos: como câncer de pâncreas, colangiocarcinoma e câncer de vesícula biliar.
- Tumores benignos: como cistoadenomas, IPMN ou neoplasias mucinosas do pâncreas.
- Pancreatite crônica ou aguda complicada: especialmente com necrose infectada ou pseudocistos persistentes.
- Cálculos biliares: quando obstruem os ductos biliares (coledocolitíase) e não podem ser tratados por métodos menos invasivos, como a Endoscopia Digestiva.
- Estenoses ou lesões dos ductos biliares: decorrentes de traumas, cirurgias prévias ou doenças autoimunes como colangite esclerosante.
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Principais Técnicas Cirúrgicas
As técnicas cirúrgicas variam de acordo com o diagnóstico e o órgão acometido. Entre as mais comuns, destacam-se:
- Duodenopancreatectomia (cirurgia de Whipple): indicada para doenças que acometem a cabeça do pâncreas, como câncer de Pâncreas, colangiocarcinoma distal ou tumores periampulares. Envolve a retirada da cabeça do pâncreas, parte do duodeno, vesícula biliar e, às vezes, parte do estômago.
- Pancreatectomia Distal ou Corpo-caudal: realizada para lesões no corpo ou cauda do pâncreas, como tumores ou cistos. Pode ser feita com ou sem preservação do baço.
- Ressecção segmentar dos ductos biliares: indicada para lesões localizadas nos ductos biliares.
- Colecistectomia: geralmente indicada para doenças benignas, como cálculos na vesícula, mas também para tumores de vesícula biliar.
- Cirurgia minimamente invasiva: técnicas como a laparoscopia ou a cirurgia robótica são cada vez mais utilizadas, oferecendo menor tempo de recuperação e menos complicações.

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Riscos e Complicações
Assim como em qualquer cirurgia, existem riscos associados aos procedimentos de pâncreas e vias biliares. Esses riscos incluem:
- Infecção: no local da incisão ou interna, como abscessos.
- Fístulas: especialmente fístulas pancreáticas, que ocorrem devido à falha na cicatrização das anastomoses (uniões) cirúrgicas.
- Hemorragias: podem ocorrer durante ou após a cirurgia.
- Retardo no esvaziamento gástrico: complicação comum após a duodenopancreatectomia.
- Trombose venosa profunda ou embolia pulmonar: complicações relacionadas à imobilidade no pós-operatório.
- Recorrência ou progressão da doença: no caso de tumores malignos.
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Considerações Finais
A cirurgia de pâncreas e vias biliares exige uma avaliação criteriosa e um planejamento cuidadoso, realizados por equipes especializadas. Apesar de ser desafiadora, pode oferecer melhora significativa na qualidade de vida, controle de sintomas ou até a cura de doenças graves.
Se você ou um familiar enfrenta alguma dessas condições, busque orientação médica para compreender as opções de tratamento e os cuidados necessários no pré e pós-operatório.
A decisão de operar deve sempre considerar os benefícios e os possíveis riscos, levando em conta as características individuais de cada paciente.
Sua saúde merece atenção especializada! Agende uma consulta para mais informações.